segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Hegemonia X Hegemonismo: O exemplo da UJS

“Comunista lidera pelo exemplo”


Hoje escutei um quadro do PCdoB, afirmar que é natural que uma força política queira consolidar sua hegemonia e ampliar seus espaços de poder. Mas isso não pode ocorrer tendo como consequência a redução de uma força aliada.

Esta é uma gritante diferença entre a escola da UJS no Movimento Estudantil (ME) para outras correntes políticas: A UJS valoriza o crescimento dos aliados e entende este processo como consolidação do seu próprio espaço de poder e de sua governança.

Segundo a concepção desta forca política, a consolidação de um conjunto de correntes que formam um campo, que se unifica em torno de bandeiras de luta e em torno de táticas e estratégias comuns a todas, contribui no avanço da realidade concreta, na melhoria das coisas da vida real das pessoas. Este campo ou frente ampla, de forma una, esta mais forte, mais respaldado e mais socialmente referenciado para apresentar uma ou um conjunto de propostas para a sociedade ou para um segmento dela, como os estudantes para o ME.

Todos juntos (daquele campo), são mais fortes do que uma só força, independente do tamanho e da influência dela.

Para que isso aconteça, muitas vezes é necessário, que a corrente hegemônica flexibilize sua sede de poder e abra espaço para seus aliados, permitindo e ajudando a construção deste aliado.

Infelizmente, estamos assistindo uma força política, que “penou” para chegar ao poder e para lá chegar sofreu, foi achincalhada por seus inimigos. Quando chega, esta chegada acontece entre outros motivos por uma ampla aliança que abarca setores, antes por ela combatidos politicamente, mas que naquele momento compartilhavam de alguns objetivos comuns. Esta força teve que formar uma frente ampla para chegar aonde chegou.

Depois de certo tempo, esta força decide que aqueles objetivos políticos, poderiam ser alcançados somente por ela - absolutamente sozinha. A organização política citada pode até atingir suas metas, só que elas não terão a mesma eficácia, se fossem concretizadas por um campo amplo, que contribuiria na luta de idéias na sociedade a fim de convencer esta da necessidade daquela política. A referência social tornar-se-ia maior se todos se sentirem parte daquele processo.

A arrogância desta organização chegou a tal ponto que o projeto de poder, que entre outros, deve visar melhorias na vida do conjunto da sociedade, passa a ser exclusividade sua. Pensam, que venceram uma determinada batalha sozinhos, portanto são os mais capacitados para exercer a governança do poder. Porem, o pior de tudo, é fazer com uma força política aliada, tudo o que seus inimigos fizeram com ela própria no passado, usando dos métodos mais sujos e bizarros para consolidar a sua hegemonia.

Qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência, mas as feridas passam e as cicatrizes ficam.